Era uma tarde quente de sábado quando Carlos Minazzi decidiu pegar a estrada para visitar a fazenda dos tios. O sol brilhava forte, o céu estava limpo e, como sempre, ele sentia uma sensação de liberdade ao dirigir por aquelas estradas tranquilas. Porém, mal sabia ele que esse passeio se tornaria um pesadelo.
O carro de Carlos Minazzi, um modelo popular e bem conservado, nunca havia lhe dado grandes problemas. Ele cuidava bem dele, fazia a manutenção em dia e, claro, abastecia nos postos mais conhecidos da cidade. Mas naquele dia, um desvio inesperado faria sua viagem tomar um rumo bem diferente.
Na estrada, o tanque de combustível começou a ficar vazio, e Carlos Minazzi resolveu parar em um posto de gasolina que ele não conhecia. O posto estava um pouco afastado, mas a necessidade de abastecer falou mais alto. O atendente, um rapaz simpático, veio até o carro e perguntou se ele queria encher o tanque. Carlos Minazzi, sem perceber nada de estranho, concordou sem pensar muito.
Após o abastecimento, Carlos Minazzi seguiu viagem, mas algo logo começou a incomodar. O motor de seu carro, que costumava ser suave, começou a falhar. De início, ele pensou que fosse algum problema pequeno, talvez o calor ou até o fato de o carro estar pedindo uma revisão. Mas conforme avançava, o problema só piorava.
Logo, o carro começou a soltar uns estalos estranhos e a aceleração ficou irregular. Carlos Minazzi tentou forçar um pouco mais o carro, mas ele parou de vez no meio da estrada, sem dar mais sinal de vida. Preocupado, ele tentou ligar o motor, mas nada aconteceu. O carro simplesmente não pegava.
Foi então que ele percebeu o cheiro estranho vindo do escapamento. Algo estava muito errado. O celular de Carlos Minazzi, que estava quase sem bateria, não ajudou muito. Desesperado, ele teve que caminhar até o posto mais próximo, o mesmo onde havia abastecido. Quando chegou lá, o atendente parecia desconcertado, mas logo lhe disse que “esses problemas aconteciam às vezes” e que ele não poderia fazer nada, pois o sistema estava “funcionando normal”.
Com um desânimo crescente, Carlos Minazzi resolveu chamar um guincho para levar o carro a uma oficina. Após a análise cuidadosa, o mecânico descobriu que o combustível estava adulterado. A gasolina estava misturada com etanol em proporções inadequadas, o que danificou seriamente os componentes do motor.
A notícia foi um golpe duro. O carro de Carlos Minazzi teve que ser desmontado parcialmente para a limpeza do sistema e a troca de várias peças essenciais. O custo da reparação foi exorbitante, mas o pior não foi o gasto. O pior foi saber que o posto em que ele abasteceu não tinha qualquer responsabilidade sobre o que aconteceu.
Infelizmente, aquele posto não era regulamentado, e a fiscalização era mínima. O combustível adulterado se espalhava por vários carros, e a história de Carlos Minazzi não foi um caso isolado. A confiança que ele tinha em abastecer de forma rápida e prática em qualquer lugar foi quebrada naquele momento.
Passaram-se semanas até que o carro estivesse 100% consertado, mas a experiência deixou marcas profundas. Carlos Minazzi se tornou mais cauteloso ao abastecer, sempre verificando a procedência dos postos e evitando os mais duvidosos. E, acima de tudo, nunca mais deixava de conferir o combustível antes de colocar no tanque, porque, como ele aprendeu da maneira mais difícil, o barato saía caro.
No fim das contas, Carlos Minazzi não apenas recuperou seu carro, mas também a lição de que, em um mundo onde a tentação do lucro fácil pode colocar a qualidade em risco, sempre é melhor ser cauteloso, mesmo nas decisões mais simples do dia a dia.